Publicado em Cultura por micheletavares em 6 06UTC Novembro 06UTC 2009

Durante a temporada 2009 a orquestra realizou a Turnê Brasil e conseguiu atrair novos e diversificados públicos

A orquestra sinfônica de Sergipe (ORSSE) oferece ao público, desde 2007, temporadas anuais e regulares de concertos. Regida pelo maestro Guilherme Mannis, ela vem obtendo bastante sucesso, tanto no cenário local como no nacional. É composta atualmente por cerca de 60 músicos – sergipanos, de outros estados e também de outros países -, e participou de uma turnê, onde se apresentou em quatro grandes cidades brasileiras.

Durante a sua terceira temporada, a orquestra contou com a participação de convidados de grande relevância nacional e internacional, como a pianista portuguesa Maria João Pires, o maestro francês Michel Legrand e Eduardo Monteiro, um dos pianistas mais importantes em atividade no Brasil, que apresentou no dia 28 do mês passado no Teatro Tobias Barreto uma obra de Brahms. Ao conceder uma breve entrevista à equipe do Empautaufs, o pianista afirmou que a orquestra sergipana vem realizando um bom trabalho, com repertório próprio e uma temporada fixa. Durante o ano, o grupo contou também com a participação do coro sinfônico em algumas de suas apresentações. Este é formado por cerca de 50 pessoas e estará presente na apresentação da 9ª Sinfonia de Beethoven que ocorrerá ainda este ano no mês de dezembro em comemoração aos festejos natalinos.

Ao conversar com a nossa equipe, os músicos Márcio Rodrigues e Juliana Valezi se mostraram bastante contentes com o sucesso da temporada e acreditam que a turnê foi muito importante para a consolidação do grupo no cenário sinfônico nacional. De acordo com o spalla Márcio – primeiro-violino da orquestra, responsável por afiná-la antes da entrada do maestro -, é um desafio para a orquestra possuir muitos integrantes jovens, porém é surpreendente como ela tem se superado a cada concerto.

Mas não são apenas os músicos que tecem elogios a orquestra e a sua atual temporada. O funcionário público Edilson Barros, que sempre que pode comparece aos concertos, disse que o grupo vem apresentando um excelente trabalho e que está divulgando peças eruditas de excelentes qualidades. Segundo ele “os concertos são muito bem aceitos pela comunidade e pelos amantes da música clássica”.

A orquestra ganhou maior destaque no cenário sergipano ao desenvolver projetos em parceria com o governo do estado e a prefeitura, dentre eles a Sinfonia do Saber que é destinado a estudantes de escolas públicas. “A gente traz as crianças para que elas tenham um contato e tirem da cabeça aquela idéia de que a música clássica é algo difícil, algo só pra uma classe determinada” afirmou Guilherme. O Domingo no Parque é outro projeto que visa atrair um público diversificado ao realizar apresentações no Parque da Sementeira. O maestro acredita que o envolvimento da orquestra com esse novo tipo de público é muito importante, pois a música clássica pode ser levada a pessoas que ainda não a conheciam.

Ao ser indagado sobre os critérios utilizados para a escolha de obras que irão ser apresentadas, Guilherme Mannis respondeu que ao optar por elas, ele pensa primeiro no desenvolvimento do público e posteriormente nas obras básicas que uma orquestra deve tocar para se consolidar e ser comparada a outras grandes orquestras brasileiras. Com relação à turnê realizada no primeiro semestre deste ano, o regente nos informou que a orquestra se apresentou nas cidades de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, contando em todas as apresentações com um sucesso de público e de crítica. Além de todos os eventos já realizados, o grupo também se dispôs a gravar em setembro deste ano um CD profissional composto de obras do brasileiro Villa-Lobos.

Tendo em vista todo esse sucesso alcançado pela Orquestra Sinfônica de Sergipe durante esta temporada, a expectativa para os concertos de fim de ano é grande e sem dúvidas, o público que irá prestigiar suas próximas apresentações será mais diversificado e estará em busca de uma música que possa realmente emocionar e produzir boas sensações.

Fonte: EmPauta UFS - Monique Garcez