Carlos Fehlberg - Datafolha mostra os cenários eleitorais mas ainda mantém a liderança de Serra
Uma nova avaliação eleitoral diante de novos cenários...
O governador de São Paulo, José Serra, mantém a liderança na disputa, seguido pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e pelo deputado federal Ciro Gomes. De acordo com pesquisa do Instituto Datafolha, o tucano tem 37% das intenções de voto, um ponto porcentual a menos do que no levantamento anterior do mesmo instituto. Nesse caso, trata-se de resposta estimulada, em um cenário com Serra, Dilma e Ciro. Dilma vem logo a seguir com 16% e Ciro tecnicamente empatado com ela, com 15%. Heloísa Helena, do PSOL, aparece a seguir, com 12%. Brancos, nulos e nenhum dos candidatos têm porcentual de 12% e não sabe, de 7%.
A senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva convidada pelo PV para disputar a presidência da República pelo partido, mas que não respondeu ainda, também aparece. Ela atinge 3% das intenções de voto. Num confronto com Serra, Dilma e Marina, o governador paulista segue na frente com 36%, seguido pela ministra da Casa Civil, com 17%, Ciro, com 14%, Heloísa Helena, com 12%, e Marina Silva, com 3%. Branco e nenhum chegam a 11% e não sabe, a 7%.
E em outro cenário com Aécio Neves, no lugar de Serra, Dilma e Ciro, o deputado federal assume a ponta. Ciro tem 23%, seguido por Dilma, com 19%, Heloísa Helena, com 17%, e Aécio, com 16%. Numa situação com Aécio, Dilma e Marina, por sua vez, mostra Ciro Gomes na frente com 21%, Dilma, com 19%, Heloísa Helena, com 17%, Aécio, com 15%, e Marina Silva, com 3%. Em branco e nenhum são 16% e não sabe, 8%.
Outras
O diretor-geral do Datafolha, Mauro Palino, considera que, ao menos no momento, Marina não ameaça os líderes em intenções de voto. "A senadora ainda não é reconhecida como potencial candidata. Ciro tem muito mais potencial do que ela no momento", analisou Paulino. Ciro, por sua vez, assume a ponta nos dois cenários em que Serra não é testado, com 23% e 21%. O deputado já avisou ao presidente Lula que pretende se candidatar ao Planalto mas Lula chegou a sugerir várias vezes que ele se candidatasse como representante da base governista ao governo estadual paulista, numa tentativa de derrotar os tucanos. Realizado entre os dias 11 e 13 deste mês, o levantamento tem margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
Repercussão
O levantamento do instituto Datafolha diz ainda que 78% afirmam ter conhecimento das denúncias contra o presidente do Senado: 24% julgam estar bem informados, 42% acreditam estar "mais ou menos" informados e 11% se dizem mal informados.
A pesquisa Datafolha foi realizada com 4.100 eleitores entre os dias 11 e 13 de agosto em 171 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Congresso
Entre os entrevistados, 44% avaliou a atuação de deputados e senadores como "péssima". 36% classificam como "regular" e 14% como "ótimo ou bom". A desaprovação do Congresso aumentou em relação à pesquisa realizada pelo Datafolha no fim de maio. Naquele período, 34% consideravam a atuação como péssima.
Lula
A avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuou positiva, segundo mostrou a pesquisa Datafolha. O presidente, que tinha 69% de avaliação “ótimo/bom” no fim de maio, tem agora 67%, oscilação dentro da margem de erro da pesquisa.
Marina promete não demorar na definição de troca de partido
E PDSB estuda a possível acareação entre Dilma e a ex-Secretária da Receita Federal
A senadora Marina Silva não vai prolongar por muito tempo o anúncio de sua decisão sobre a troca de partido. Marina foi convidada a se filiar ao Partido Verde. Ela concluiu o ciclo de conversas e agora está estudando uma tomada de decisão.
“Não coloquei prazo, nem dia. Mas não quero prolongar esse anúncio porque não quero transformar isso em uma novela. Em respeito ao meu partido, que é o PT, ao PV e a mim mesma. Foi um processo difícil. Eu me expus a muitos argumentos, afetos de relações de 30 anos com o PT”.
A senadora voltou a manifestar que desvincula a possibilidade de condicionar sua filiação ao PV a uma candidatura à Presidência da República em 2010. “Não estamos falando de Presidência da República. A decisão que estou tomando é sair ou não do PT. O PV me fez um convite honroso e eu disse que não iria subordinar a minha decisão às duas coisas”, disse.
Compromisso programático
Para ela, “ninguém sai de um partido para ser candidato”, mas avalia a possibilidade de mudança por um compromisso programático. Segundo ela o PV “está se propondo a fazer uma discussão programática de colocar o desenvolvimento sustentável como estratégico”. E explica: “foi por essa construção que eu militei durante 30 anos no PT e hoje vejo os frutos que ela tem dado na área social, em vários aspectos na própria luta pela reforma agrária".
Acareação
O vice-líder do PSDB, Álvaro Dias, está propondo a acareação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, com a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, como a melhor forma para esclarecer se a ministra pediu a aceleração do processo de investigação de empresas da família Sarney. Álvaro Dias considera que esse instrumento seria importante “porque o debate frente a frente do contraditório permite aos senadores a busca da verdade com mais eficiência”.
O senador acrescentou que o depoimento da ex-secretária da Receita, previsto para amanhã na Comissão de Constituição e Justiça será fundamental para que a oposição entre com um pedido de convocação da ministra Dilma Rousseff.
Sarney visado
A informação de que o senador Sarney sabia da existência dos atos secretos desde o fim de maio vai levar a oposição a retomar sua ofensivas em favor do seu afastamento. A avaliação é a de que se trataria, no caso, de quebra de decoro parlamentar, pois ele teria mentido ao dizer da tribuna que não sabia o que era um ato secreto. Que Sarney sabia dos atos quem disse foi o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, Ralph Siqueira. Segundo ele, todos os seus superiores foram avisados. A conversa com Sarney teria acontecido entre os dias 28 e 29 de maio. Para o líder do DEM, Agripino Maia, "se este fato se comprovar, está caracterizada a quebra de decoro. Para nós, este elemento sozinho já seria suficiente".
Carlos Fehlberg