A Unidade de Saúde da Família Celso Daniel, localizada no bairro Santa Maria, não funcionou ontem, por conta da falta de segurança no local. A estimativa é de que o posto de saúde volte a funcionar hoje, 24 horas após o secretário municipal de Saúde, Marcos Ramos, ter anunciado, pessoalmente, aos 60 profissionais do local, que novas medidas de segurança serão adotadas.
Mas o temor dos que atuam na unidade é grande. “Os profissionais têm medo de vir. Até sequestro relâmpago já teve aqui”, contou a enfermeira Diana Lima, vice-presidente do Sindicato dos Enfermeiros. A insegurança também aterroriza os responsáveis pelo serviço de segurança no local. “Eles precisam de colete a prova de bala e arma, já que tem apenas um revolver para ser usado por dois seguranças”, disse o médico Gildo Andrade, que esteve ontem no posto representando o Sindicato dos Médicos (Sindimed).
Deixar a unidade de saúde fechada foi uma decisão tomada após o último assalto praticado contra um funcionário do posto. Na última sexta-feira, uma médica pediátrica foi abordada por dois assaltantes, quando estacionava o carro no local. Com uma faca apontada na garganta, a pediatra foi obrigada a entregar notebook, celular e a carteira. A Secretaria Municipal da Saúde não quis fornecer mais informações sobre o caso, afirmando ser uma “questão de segurança”. “Já mapeamos o problema e iremos intensificar a segurança. Novas medidas para mudar esse quadro já estão sendo tomadas. Só não podemos informar detalhes para não atrapalhar, e prejudicar o andamento das coisas”, disse o secretário durante a visita realizada ontem ao posto Celso Daniel.
De acordo com o major Edenisson Paixão, comandante da Guarda Municipal de Aracaju, que também esteve no Celso Daniel, as rondas serão intensificadas passando para quatro por dia. Dessa forma, o major pretende coibir também a ação de vândalos. “Além de pinchar a fachada do posto de saúde, os vândalos roubam telhas”, reforçou Edenisson. A onda de violência no bairro Santa Maria também tem aterrorizado os carteiros, que há mais de dez dias decidiram suspender o serviço de entrega de correspondências na área, como forma de cobrar medidas de segurança.
De acordo com a categoria, em menos de três meses seis carteiros foram assaltados na região.
“Nas últimas duas semanas dois colegas tiveram os objetos pessoais subtraídos na mesma região do bairro Santa Maria, sendo que um deles ainda foi ameaçado de morte com um revólver apontado para a cabeça. Sem contar que há locais onde, inclusive, não temos nem acesso, pois é muito arriscado”, revelou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa dos Correios e Telégrafos (Sintec-SE), Orlando Sérgio cobrando que no bairro seja instalada uma caixa comunitária, onde os moradores pudessem retirar as correspondências.
Texto: Andréa Vaz
Fonte: Jornal da Cidade
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