Presidência ou governo paulista? O encontro foi no Palácio da Alvorada
O deputado federal Ciro Gomes é candidato à presidência da República em 2010, e não ao governo paulista, segundo a direção partidária disse ao Presidente Lula, em jantar no Palácio da Alvorada. O governador de Pernambuco e presidente do Partido, Eduardo Campos, no entanto, consideram que o lançamento de várias candidaturas da base aliada não deverá comprometer o projeto da coalizão governista. Na avaliação do PSB, esse cenário ajuda o Planalto, pois, com muitos concorrentes no páreo, a eleição acabará sendo decidida no segundo turno.
O Presidente Lula, no entanto, prefere uma única candidatura da base aliada, embora respeite a posição do PSB. Os socialistas admitem, porém, que se ficar evidenciado que essa tática prejudica o projeto governista, reavaliará posição. Eduardo Campos prevê que até 15 de setembro, o PSB terá posição mais definida sobre o assunto, após pesquisas e conversas políticas, pois ainda existe uma corrente favorável ao lançamento de Ciro Gomes ao governo de São Paulo, hipótese que agrada a Lula, mas enfrenta resistências no PT. Ciro participou de um jantar que também contou com a presença da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, dirigentes do PT e do PSB.
Tirando dúvidas
O líder do DEM na Câmara, deputado Ronaldo Caiado, quer obter da Casa Civil as imagens gravadas pelo circuito interno de TV sobre controle de entrada e saída de carros durante os meses de novembro e dezembro do ano passado. O objetivo é verificar se a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, esteve ou não na Casa Civil para se encontrar com a ministra Dilma Rousseff. E isto porque a ex-secretária afirmou que teve um encontro em particular com a ministra e que Dilma solicitou celeridade na auditoria que a Receita Federal estaria fazendo em empresas ligadas ao presidente do Senado, José Sarney. A ministra da Casa Civil, no entanto, nega que esse encontro tenha ocorrido.
O DEM também cogita apresentar requerimento para que a ministra da Casa Civil compareça a alguma comissão da Câmara para prestar esclarecimentos.
Interpelação
A Mesa do Senado encaminhou ao corregedor-geral da Casa, Romeu Tuma, requerimento do senador Pedro Simon para que o senador Fernando Collor de Mello explique sua ameaça de "relembrar alguns fatos e momentos incômodos" para o peemedebista. A Mesa deu andamento ao requerimento oito dias depois de Simon ter desafiado Collor, em plenário, a explicar a ameaça feita.
PSDB não quer os senadores implicados em processos judiciais no Conselho de Ética
Projeto de resolução será remetido à Mesa
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, encaminhou projeto de resolução à Mesa do Senado que proíbe a eleição de senadores para o Conselho de Ética que respondam a processos judiciais, em qualquer instância, por crimes contra o patrimônio, a administração e as finanças públicas. O tucano argumenta que os integrantes do Conselho devem ter lisura ética para julgarem os colegas. No momento não há restrições para a indicação de parlamentares ao Conselho de Ética. As vagas são divididas segundo o tamanho das bancadas partidárias.
Mais atos...
A oposição considerou uma "estratégia" dos aliados do senador José Sarney a divulgação de novos 468 atos secretos editados pela instituição entre os anos de 1998 e 1999. Como os novos atos são referentes ao período em que o ex-senador Antônio Carlos Magalhães presidia a Casa, senadores da oposição argumentam agora que não foi apenas o atual presidente do Senado quem usou desse expediente.
O líder do PSDB, Arthur Virgilio, fez questão de lembrar que por coincidência, esses novos atos seriam da lavra do senador Antônio Carlos Magalhães, que não está mais aqui para se defender. “Parece algo diversionista para mostrar que não apenas o senador Sarney editou os atos", afirmou o senador tucano.
Virgílio crê no envolvimento direto do ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia na edição dos novos atos sigilosos, assim como de servidores ligados a Sarney. "Tem o dedo de Agaciel e dos filhotes que ele criou aqui. São pessoas interessadas em manter o quadro como ele está no Senado", disse.
Debate
Wellington Salgado ironizou Virgílio ao afirmar que, como o ex-senador ACM está morto, a oposição não poderá comprovar responsabilidades pela edição dos atos. "Só jogando búzios na Bahia para saber." O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes, no entanto, classificou de "sabotagem" a inclusão de novos atos secretos nos boletins administrativos. Eles foram incluídos este ano, em maio, apesar de serem referentes aos anos de 1998 e 1999. Além disso, os novos atos surgiram nos boletins administrativos depois que a comissão de sindicância do Senado havia concluído a primeira fase de investigações sobre as medidas publicadas sigilosamente.
"Eu não tenho nenhuma dúvida que se instalou aqui na Casa uma briga interna envolvendo, inclusive, funcionários. A minha dúvida é se os funcionários estão sendo usados ou se os funcionários são o agente dessa tentativa de desestabilizar o andamento normal desta Casa. É o que eu chamaria de fundamentalistas, que estão esperando a volta do Aiatolá algum dia", disse Heráclito que determinou a instalação de um inquérito para apurar o caso e a Mesa Diretora do Senado designou o diretor-geral da Casa, Haroldo Tajra, para coordenar as investigações. Heráclito definiu como "sabotagem e molecagem" a inserção só agora desses atos no sistema de informática da instituição. "Os atos foram inseridos dois dias após a comissão ter concluído o trabalho com relação aos atos secretos anteriores."
O Senado vai investigar 468 atos secretos recém-descobertos que foram editados entre 1998 e 1999. A determinação para que a Diretoria Geral apure a não publicação das medidas administrativas foi assinada em reunião da Mesa Diretora realizada na manhã de ontem.
O primeiro-secretário do Senado ainda afirmou que "não vai conviver com atos secretos". "Vamos apurar um a um". E à noite já tinha uma indicação sobre a autoria.
Polícia
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, afirmou que vai pedir o afastamento do diretor da Polícia do Senado, Pedro Ricardo Carvalho, devido forma violenta com que a polícia da Casa tem coibido manifestações, como a de um grupo de estudantes, ontem. A decisão conta com o apoio do senador Cristovam Buarque.
Gabeira e Marina
O deputado Fernando Gabeira conversou sobre uma possível campanha em 2010 com a senadora Marina Silva. A senadora ainda não anunciou sua decisão, diante do convite do PV. “Nós conversamos também sobre uma possível campanha, sobre as potenciais dificuldades e tudo”, disse o deputado. Gabeira já anuncia que o PV vai revisar seu programa partidário e a ênfase na questão ambiental será reforçada e atualizada, além do Partido apresentar propostas em outras áreas.
Carlos Fehlberg