Lideranças tucanas comparecem e geram um fato político inesperado
Os governadores tucanos de Minas Gerais, Aécio Neves, e de São Paulo, José Serra compareceram à abertura do 16º congresso nacional do PPS, aliado do PSDB. Uma boa parte do Congresso acabou girando em torno de projetos tucanos, pois PPS e PSDB estão aliados. A troca de amabilidades começou cedo, Serra, o primeiro a chegar, disse que o governador mineiro "é um nome forte e tem todas as credenciais para se candidatar e ser presidente da República". E afirmou que entre ele e Aécio "não há essa disputa que se imagina". E afastou qualquer consideração sobre uma chapa pura, com Aécio candidato a seu vice: "Não faz sentido, neste momento, falar em candidatura única, em uma dobrada” garantiu.
Aécio também elogiou Serra, agradecendo a manifestação do governador paulista. "Agradeço e retribuo. O governador José Serra é um dos mais preparados homens públicos do País. Feliz do partido que tem opções. Não duvidem de que estaremos juntos num projeto nacional. Mais importante do que projeto pessoal é dizer por que a população deve deixar de votar no atual governo e escolher uma outra proposta", afirmou Aécio.
Marina no PV...
Sobre uma candidatura da senadora Marina Silva pelo PV, Aécio considerou saudável e até admitiu que ela poderá ser uma futura aliada no caso de segundo turno... Comentário que surpreendeu, mas não gerou repercussões...
Data definida
Aécio resolveu ir mais longe e disse que a escolha do nome do candidato do PSDB deve ser feita em dezembro "através de prévias ou de uma consulta informal (no partido)". Entende os que temem divisões internas com a realização de prévias, mas afirmou que faz parte do grupo que acredita que "são uma oportunidade de enraizar e aprofundar nossas propostas".
O governador mineiro chegou ao congresso do PPS acompanhado de Itamar Franco, que deu um abraço afetuoso em Serra. Eles foram recebidos pelo presidente da legenda, o ex-deputado Roberto Freire.
Congresso
O PPS terminou seu 16º Congresso Nacional, no Rio, com a recondução do ex-deputado federal Roberto Freire à presidência do partido e confirmando a condição de aliado do candidato do PSDB à Presidência da República. Freire trabalha pela candidatura do governador de São Paulo, José Serra, mas deixa claro que o partido também está pronto para reforçar uma campanha do governador de Minas, Aécio Neves. "Hoje, a candidatura de Serra tem mais consistência entre os partidos de oposição do nosso campo, porque ele tem um projeto de desenvolvimento claro, uma postura crítica em relação à política econômica que lhe dá mais chances de consolidar a partir das bases que receber", disse Freire. "Mas acho que não devemos antecipar a definição de um candidato.”
Para Freire, a defesa do presidente Lula ao senador José Sarney será cobrada pelo eleitor em 2010 e poderá favorecer a oposição. "Lula não só defendeu como se misturou, se confundiu com Sarney. Pega mal não ter coerência com a própria biografia", afirmou Freire. E criticou também a tropa de choque do presidente do Senado, como Renan Calheiros e Fernando Collor.
Carlos Fehlberg
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