O GLOBO - Maria Lima
BRASILIA - O senador Almeida Lima (PMDB-SE), um dos mais aguerridos integrantes da tropa de choque em defesa do presidente do Senado, José Sarney, se traiu agora há pouco, e antecipou que não deve ser nada agradável ou louvável a decisão do presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), sobre as cinco representações de investigação contra Sarney.
Com a voz fraca, Duque disse que precisaria de ajuda para a leitura dos cinco despachos. Mas não encontrou ajuda de ninguém, por causa do desgaste que seria ser o porta voz de um eventual arquivamento.
- Eu peço que o senador Almeida Lima leia o primeiro despacho...- pediu Duque.
- Ah não! Eu não! - reagiu, de pronto, Almeida Lima, apelidado no Senado de "microfone" por seu vozeirão.
- Se Vossa Excelência deixar eu mudar a conclusão eu leio! - brincou o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
Ao lado de Almeida Lima, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) também balançou o dedo negativamente, dizendo que estava fora dessa.