Quarta-feira passada (29), a dona de casa Creuza Barbosa da Silva Santos, 52, caminhou mais de quatro quilômetros do conjunto Luiz Alves, onde mora, até o posto de saúde José Conrado de Araújo, que fica no conjunto Rosa Elze, município de São Cristóvão. Foi em busca de medicamento para o filho, Rudney Barbosa dos Santos, 31, que sofre de epilepsia. No posto, não havia uma pessoa que pudesse despachar a receita. "Disseram que a moça responsável pelo setor não veio trabalhar hoje pela manhã. Meu filho está em crise e precisa tomar o remédio. Ontem ele caiu e se feriu". Sem atendimento, Creuza fez o mesmo percurso a pé de volta para casa. "Amanhã venho de novo". Minutos depois, o caminhoneiro Erivaldo Ferreira dos Santos, 45, chegou à unidade em busca do medicamento Clonazepan para a mulher, Maria Margarete dos Santos, 45, que tem depressão. "Já perdi quatro receitas. A data de validade vence, porque é um remédio controlado, e não consigo pegar a medicação", reclama. "Minha mulher usa três caixas desse medicamento por mês". De acordo com um funcionário, que se identificou como assessor da direção da unidade (o diretor não se encontrava), o medicamento não está em falta. "O remédio é controlado e apenas uma funcionária tem autorização para despachar", justificou. "Hoje ela precisou faltar". Exemplos de desrespeito ao usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) acontecem todos os dias em hospitais e unidades, administradas pelas prefeituras e pelo governo do estado, ameaçando a qualidade de vida dos sergipanos que não têm muito que comemorar no Dia Nacional de Saúde, quarta-feira, 05 de agosto. A demora na marcação de consultas médicas, exames, cirurgias, além da falta de medicamento e de médicos, principalmente especialistas, são as principais reclamações registradas pelos usuários. O secretário de Saúde de Aracaju, Marcos Ramos Carvalho, garante que o município tem aumentado o quantitativo de medicamento na rede de atenção básica (postos e farmácias) para que diminuam as reclamações.
Fonte: Correio de Sergipe
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