A situação pré-epidêmica que se verifica em Sergipe, com relação à nova gripe causada pelo vírus Influenza A (H1N1), fez com que a Secretaria de Estado da Saúde (SES) convocasse os prefeitos dos 75 municípios sergipanos para uma reunião ontem. Além de fornecer informações técnicas sobre a doença, o secretário Rogério Carvalho chamou a atenção dos chefes do Poder Executivo para a necessidade de pactuar fluxos e, assim, evitar a superlotação das unidades de urgência e a evolução dos casos para óbito.
“Para controle a doença, é preciso nos antecipar, para estruturar a rede de forma acolher os casos nas unidades básicas de saúde e, quando houver necessidade, encaminhá-los para os hospitais ou outras unidades de referência”, explicou Rogério, durante o encontro que aconteceu no auditório do Hospital de Urgência Governador João Alves Filho (Huse). Na oportunidade, ele citou a capacitação dos profissionais de saúde que integram as equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) como uma das medidas já executadas pelo Estado, a fim de preparar Sergipe para uma possível epidemia.
Porém, enfatizou o secretário, as ações da SES sozinhas não são suficientes para garantir as respostas que a epidemia de uma nova gripe precisa. “É então onde eu peço a colaboração dos senhores prefeitos e prefeitas, que são gestores de seus próprios territórios e têm, portanto, um poder maior de mobilização das equipes de PSF, que constituem peça chave no atendimento às necessidades básicas de saúde da população”.
A eficácia do PSF em todo o estado foi, aliás, outro assunto explorado por Rogério Carvalho durante a reunião desta segunda. Segundo ele, o último relatório enviado pelo Ministério da Saúde aponta Sergipe com indicadores não muito satisfatórios no que se refere à incidência de tuberculose hanseníase e à imunização de crianças e adultos. “Somos um Estado que tem uma das maiores coberturas de PSF e, no entanto, o trabalho parece não estar gerando resultados”, disse o secretário.
Na ocasião, ele apontou alguns caminhos: maiores investimentos na atenção básica; recontratação de equipes e jornadas; reorganização da assistência; melhoria da disponibilidade de insumos; e implantação do contrato de ação pública instrumento de gestão que define os papéis de cada ente federado para a oferta dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). “Para tornar realidade esses caminhos, é imprescindível a união de forças entre a SES, o Conselho de Secretários Municipais de Saúde e as associações de prefeitos”.
Rogério se refere à Associação dos Municípios do Baixo e do Vale do São Francisco, à Associação dos Municípios da Barra do Cotinguiba e Vale do Japaratuba e à Associação dos Municípios da Região Centro-Sul de Sergipe (Amurces), todas representadas no encontro por seus respectivos presidentes: Ricardo Roriz, prefeito de Santana do São Francisco; Gilson dos Anjos, prefeito da Barra dos Coqueiros; e Antônio da Fonseca Dórea, o “Toinho de Dorinha”, prefeito de Poço Verde.
Dengue
Para ilustrar que a união de esforços dá certo, o secretário de Saúde usou a situação da dengue em Sergipe. “Em 2008, devido ao relaxamento das ações de controle nos meses anteriores, enfrentamos uma epidemia violenta, que vitimou milhares de pessoas, levando algumas a óbito. Neste ano, a situação foi outra. Dados atualizados em 30 de julho indicam a confirmação de 466 desde janeiro”, informou, acrescentando que a queda dos casos é resultado do empenho dos governos.
“Porém, não estamos isentos de uma nova epidemia de dengue. Basta relaxar para que o Aedes aegypti encontre condições favoráveis e se prolifere, por isso a importância da continuidade do trabalho de erradicação dos criadouros e de mobilização da sociedade. Não podemos esquecer a dengue como um problema sanitário e de alta letalidade”, concluiu Rogério Carvalho.
O prefeito da Barra, Gilson dos Anjos, que viu na reunião desta segunda-feira uma ótima oportunidade de aproximação dos prefeitos, reconheceu a diminuição dos efeitos da dengue neste ano como fruto do empenho do Estado e municípios no combate à doença. “Com relação à gripe suína, há ainda poucos casos confirmados em Sergipe, mas isso não deve deixar de ser motivo de preocupação”, disse Gilson, acrescentando que as ações precisam ser estudadas de maneira em que haja uma harmonia entre os poderes executivos municipais.
Fonte: Jornal da Cidade
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