Para o senador do PSDB, Álvaro Dias, será melhor que ocorra uma "injustiça" com Sarney do que com o Senado.
"Um julgamento político prescinde da prova material. Mas elas existem neste caso, gravações telefônicas se constituem em prova material já que foram autorizadas judicialmente. O julgamento político não pode prescindir de indícios relevantes, eles existem no caso e o que existe mesmo é a responsabilidade de preservar o Senado. Podemos correr o risco de cometer injustiça com qualquer senador, mas não podemos cometer injustiça com a instituição Senado", afirmou.
Observa ainda o senador tucano que o PSDB prefere e vai trabalhar para que o problema seja resolvido no Conselho de Ética. "No plenário do Senado é mais complicado porque o voto é secreto. Tem um fator que deve ser considerado. Teremos eleições no próximo ano. Os senadores percorreram suas bases nestes dias de recesso e perceberam a grande indignação popular, não há como superar essa crise sem a solução desse impasse que convergiu para a figura do presidente Sarney", observou.
As denúncias
O senador José Sarney é alvo no Conselho de Ética de três denúncias apresentadas pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio, e uma representação do PSOL. O Conselho de Ética foi reativado na semana passada e está sob o comando dos aliados de Sarney. Tanto que seu presidente, senador Paulo Duque é considerado como aliado fiel do líder do PMDB, Renan Calheiros, e até já sinalizou que pode arquivar as denúncias, usando a prerrogativa que tem de rejeitar sumariamente todas as denúncias. Mas este é um outro desafio para a Oposição, que se prepara para essa eventualidade também.
Carlos Fehlberg
