As reclamações são constantes em todos os terminais de integração e o Portal Infonet inicia uma série de reportagens sobre o assunto
“Os ônibus que circulam em Aracaju estão cada vez mais danificados, principalmente os que fazem as linhas Eduardo Gomes/Zona Oeste e Marcos Freire II/Piabeta. Não existe ao menos local para que os usuários que viajam em pé, possam se segurar. Um absurdo”. O desabafo do estudante Wilams Monteiro Cruz é apenas um dos vários feitos por passageiros ao Portal Infonet, que inicia nesta segunda-feira, 20, uma série de matérias especiais sobre o Sistema Integrado de Transportes de Aracaju.
Wilams disse sentir na pele o drama de quem precisa trafegar nos ônibus em Aracaju. “Semana passada eu entrei em um ônibus que faz a linha Marcos Freire II/Piabeta e fiquei surpreso: um dos bancos de dois lugares estava seguro em apenas um ferro, balançando o tempo inteiro. Uma senhora foi sentar e aí o pessoal se revoltou e arrancou o banco, o que gerou confusão com o motorista. Mas já pensou se a senhora sentasse? Era queda na certa”, lamenta o estudante.
As reclamações estão em todos os terminais da cidade. Na Rodoviária Nova, a reportagem do Portal Infonet encontrou a senhora Maria José dos Santos, 77. “Triste de quem precisa andar nesses ônibus. É só sofrimento. As linhas que vão para o conjunto Eduardo Gomes e São Cristóvão são as piores. Os ônibus demoram demais, só andam lotados e quebram toda hora. Também, rodam, rodam em Salvador e quando chegam aqui já deram o tempo que tinham que dar”, entende a aposentada.
Sem identificação
A falta de identificação com o itinerário na porta dos ônibus e nas placas instaladas nos terminais também é motivo de reclamações. “Aqui no Terminal do DIA, quem não sabe o ponto certo, perde o carro. Tem horas que a gente não encontra um fiscal para perguntar e no lugar das placas, ou tem um buraco ou existem pichações”, afirma a usuária Josefina Santos que mora na Prainha e reclama que o único ônibus que passa no local é o Santa Maria/DIA.
De guarda chuva
“Todos os dias eu enfrento a mesma maratona para ir e voltar do trabalho. A rotina não muda: horas esperando nos terminais, cadeiras praticamente soltas dentro dos ônibus, faltam barras para os usuários se segurar. E quando chove a situação piora, pois os vários buracos no teto e as janelas quebradas fazem com que as pessoas fiquem totalmente molhadas. Imagine um monte de guarda-chuvas abertos dentro do ônibus”, destaca o marceneiro Francisco Santana que mora no Santos Dumont, mas trabalha no Distrito Industrial de Aracaju.
Nova Frota
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Município de Aracaju (Setransp) informou que as empresas estão investindo R$ 30 milhões na frota de 100 novos veículos que substituirão os obsoletos. O prazo para que os veículos sejam postos nas ruas, previsto para o mês de junho, foi transferido para agosto. A decisão foi resultante de audiência pública ocorrida no último dia 30 de junho, no Ministério Público do estado (MPE).
“Junho foi mês de referência, mas a compra dos ônibus envolve um processo longo: empréstimos junto ao BNDES, documentação, encomenda. Mas cumpriremos o prazo”, disse o superintendente do Setransp José Amâncio, em entrevista recente ao Portal Infonet. Segundo o sindicato, a última renovação ocorreu em 2001, quando 67 novos ônibus passaram a integrar o sistema. A divisão dos ônibus por linha ficará a cargo da Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT). Os veículos novos estarão adaptados para idosos e deficientes. Atualmente trafegam em Aracaju cerca de 550 ônibus; destes, 163 veículos já têm entre 14 e 16 anos de funcionamento.
Reformas
Na Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), a informação é de que os terminais de integração já estão passando por reformas. “No Fernando Sávio, ali no Centro, o piso está sendo trocado, além da construção de rampas para cadeirantes e melhorias nos sanitários.
Já no DIA, como existe um projeto de transferência daquele terminal, estão sendo tomadas medidas para sanar problemas emergenciais. Quanto à falta de identificação, vamos verificar para ver o que pode ser feito”, destaca o assessor de Comunicação, Jairo Alves.
Por Aldaci de Souza
Fonte: InfoNet
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