A bebida típica do Mato Grosso do Sul, Tereré, a dança do Sergipe, Xaxado, o pagode de viola do Tocantins e a rivalidade de clubes do Rio Grande do Sul. Todas essas manifestações se concentram na Universidade de Brasília para o maior encontro de estudantes do país.
Foram horas de ônibus para chegar até capital do país. O percurso mais longo das delegações que já chegaram a UnB é dos estudantes do Rio Grande do Sul. Cerca de 40 horas na estrada. Mas nada tirou a alegria quando eles desceram do veículo. A rivalidade entre eles se dá apenas dentro do campo de futebol. Uma dificuldade e tanto foi tirar a foto com a bandeira do estado junto com o brasão do Grêmio, contestada pelos torcedores do Internacional.
“Eu sou torcedora do Inter e não me recusei a entrar na foto, porque temos um interesse comum", diz coordenadora da bancada de Porto Alegre, Eriane Pacheco, 20 anos. "Dos 50 estudantes, a maioria são estudantes do Prouni. O 1º Encontro Nacional com o Lula amanhã é nossa prioridade”, explica.
Deleção Recorde
A delegação do Mato Grosso do Sul nunca esteve tão unida. Para o presidente da União Nacional dos Estudantes (UEE) do MS, Anderson Ribeiro, o estado trouxe um número recorde de estudantes ao Congresso. “Nunca reunimos tanta gente. Conseguimos trazer 100% das universidades do estado. Nossa intenção é conquistar a diretoria regional desta vez”, afirma. Para refrescar do calor, os sul-matogrossenses trouxeram o Tereré, a bebida com erva mate e gelo servida em uma guampa de chifre de boi.
Os estudantes mais dançantes eram os sergipanos. O estado conhecido como o país do forró não decepcionou em sua chegada. Segundo eles, até uma peça teatral para mostrar os valores culturais do Sergipe irá acontecer no final do Congresso. Três ônibus vieram do estado com cerca de 150 pessoas. A diretora cultural da União Sergipana dos Estudantes Secundaristas (USES), Adriana Lohanna, até ensaiou um xaxado com um dos delegados.
Presença
Se o Sergipe tinha a dança, o Tocantins trouxe o pagode de viola. Estudantes músicos percorreram os 1.600km de estrada com o violão animando a delegação. “Queremos marcar presença nos debates aqui na UnB e vamos dar prioridade à mesa sobre os desafios da construção do Sistema Nacional de Educação. Ela terá a participação da secretária de Educação do Tocantins e a diretora da UBES, que também é do nosso estado”, garante.
No final do dia, mesmo sem saber aonde irão se hospedar nestes cinco dias de Congresso da UNE, as delegações acampadas na UnB se reuniram no Minhocão atravessando do Sul ao Norte para cantar “Vamos à Luta!”. Na manifestação, os estudantes levantaram todas as bandeiras e repetiam a gritos e batuques mensagens sobre a luta estudantil. Vale lembrar que os estudantes do Congresso devem ser encaminhados, segundo a UNE, para oito escolas cedidas pelo GDF e dois clubes próximos à UnB.
UnB Agência