O Parque Teófilo Dantas, a praça da Catedral, foi transformado numa verdadeira feira livre, com
barracas de artesanato e comidas típicas. Até um “restaurante” improvisado ao ar livre foi montado para atender aos trabalhadores da região do Centro da cidade. Com preços acessíveis, uma grande fila se forma a partir das 11h30 e muitos disputam as poucas mesas que a dona do negócio informal oferece. O mais surpreendente é que até o momento não houve nenhuma intervenção da Vigilância Sanitária Municipal no local.
Na mesma praça, durante a manhã, a equipe do JORNAL DA CIDADE encontrou vários problemas: sujeira, usuários de drogas, ratos, lixo por toda a parte, entre outros. Muitos reclamam da falta de manutenção e de segurança. Para as artesãs o maior problema é a falta de segurança. Não existe e não funciona.
Durante o dia, ou de madrugada, as reclamações e o medo de quem precisa passar por lá são constantes. “O difícil é não presenciar um roubo ou furto por aqui”, diz a artesã Rosenilda de Carvalho. Aos 69 anos, a artesã Maria das Virgens afirma que roubos, assaltos e furtos acontecem em qualquer horário.
Cada vez que passa, aumentam os assaltos. Quem é turista tenta fugir dos flanelinhas, usuários de drogas e menores infratores, mas nem sempre consegue. “Este ano já fomos assaltados duas vezes aqui na Catedral”, diz o padre Givanildo Paes Santos ao lembrar que no ano passado levaram até um cofre da igreja e a sacola com as ofertas dos fieis. Para o religioso, a situação é dramática e requer solução de imediato. “Precisamos fazer um trabalho social e religioso. É necessário também que se faça um trabalho político”, analisa o padre.
Ratos
O lago não é mais o mesmo. Os patos e gansos já não existem mais. Em meio a tudo isso a placa em cima do vagão avisa: Express Abelha, Federação Apícola de Sergipe Sebrae, Prefeitura Municipal de Aracaju, Emsurb. Mas manutenção é o que menos se vê por lá. Seja no lago ou no vagão o abandono também representa um risco para quem passa pelo Parque Teófilo Dantas. O local está cheio de rato. Há fezes, urina e muito lixo também no meio do Parque.
Quem vai ver o trem de perto não consegue por conta do mau cheiro e da invasão dos ladrões que usam o local como esconderijo. “Depois que roubam vão para lá. É sempre assim”, disse o comerciante José do Carmo Almeida, que há dez anos trabalha no local. Também é comum ver mendigos e menores infratores armados com canivetes.
A reclamação principal de quem passa por ali é insegurança e o abandono que facilitam a ação de assaltantes. “Fui agredida por seis jovens e quatro menores. Eles me abordaram aqui bem na luz do dia. Levaram R$ 16 em dinheiro e mercadoria," disse uma artesã. Uma fiel teve o carro arrombado por ladrões. "Quebraram o vidro para tirar o aparelho de som, de CD e vários pertences de dentro do meu carro. Não há policiamento aqui", reclama a vítima.
Texto: Andréa Vaz
Fonte: Jornal da Cidade
|