Apesar de obrigatório, muitos passageiros ignoram a prática, segundo pesquisa, 80% das mortes poderiam ser evitadas.
G1
Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia chegou a uma preocupante constatação: 74% dos passageiros ouvidos disseram que não usam o cinto de segurança no banco de trás. Ao todo, 80% das mortes registradas no banco da frente poderiam ser evitadas se, na hora do acidente, os passageiros de trás estivessem com o cinto de segurança.
Onde foi parar o cinto de segurança? Motivo para usar é o que não falta. Veja o exemplo: uma animação mostra o carro a 50 km/h. A criança sentada no banco de trás pesa 20 quilos. Se estiver sem cinto de segurança e for arremessada em uma batida, ela chegará ao banco da frente pesando 300 quilos. Se for um adulto de 60 quilos, o impacto será de mais de uma tonelada.
“Que o motorista incentive todos os passageiros do veículo a utilizar o cinto porque ele estaria se protegendo também”, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (DF) Ériko Filgueira.
“Na frente não tem problema. O passageiro já entra e já coloca. O passageiro de trás usa pouquíssimas vezes e a gente também relaxa, mas não é bom, porque a coisa é séria”, admite o motorista de táxi Antônio dos Santos.
“Ás vezes eles não colocam, né?”, concorda o motorista de táxi Raimundo Nonato de Araújo.
A responsabilidade é do motorista que pode ser multado se qualquer passageiro estiver sem o cinto.
“Aquela pessoa que já foi penalizada pelo Código de Trânsito Brasileiro, que foi abordada pelo agente, que foi multada, vai mudando o comportamento, infelizmente tem aquelas que ainda não foram abordadas ou não passaram por uma situação de risco e ainda não utilizam, acham que nunca vão se envolver em um acidente”, explica a chefe de fiscalização do Detran/DF Silvain Fonseca.
A bióloga Thaísa Lacerda pensava assim até que sofreu um acidente. Ela estava no banco de trás e foi lançada contra o painel do carro. Foram dois anos de tratamento para reconstituição do rosto. Thaísa aprendeu, está sempre com o cinto no banco de trás. Um exemplo que poderia ser seguido.
“A gente acha que atrás não vai acontecer nada e pelo contrário, dependendo da batida é bem pior. Foi o meu caso”, diz Thaísa Lacerda.
De janeiro deste ano até o último dia 30, o Detran do Distrito Federal aplicou 16,9 mil multas por falta de uso do cinto de segurança. E 40% dos motoristas foram punidos porque um dos passageiros não usava cinto no banco de trás. A multa para esta infração é de R$ 127, mais cinco pontos na carteira.
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