Um ano após a Operação Passadiço, dois policiais rodoviários federais foram condenados pela Justiça Federal por diversos crimes. Dilermando Hora Menezes e José Carlos Vitório dos Santos estavam entre os 14 policiais denunciados pelo Ministério Público Federal em Sergipe por receberem propina para que não fiscalizar corretamente os veículos que trafegavam pelas estradas federais que cortam o Estado.
Dilermando Menezes foi condenado a mais de 13 anos de reclusão pelos crimes de corrupção ativa, tráfico de influência, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional e concurso material. A juíza federal Andréa Márcia Vieira de Almeida determinou que ele cumpra a pena em regime semi-aberto, e possa recorrer em liberdade.
José Carlos também foi condenado por advocacia administrativa, violação de sigilo funcional e concurso material, além de corrupção passiva. As penas dadas a ele somam mais de dez anos de reclusão. Carlos também poderá cumprir a pena em regime semi-aberto e recorrer em liberdade.
“A sentença, como nós esperávamos, foi pela condenação, em virtude do conjunto de provas que foi apresentado. Estamos avaliando a extensão das condenações para decidirmos sobre eventual recurso e aguardando que os demais processos relativos ao mesmo caso tenham desfecho semelhante”, ressalta o procurador da República, Eduardo Pelella.
Na denúncia apresentada pelo MPF/SE, são apontadas diversas conversas dos réus com outras pessoas e até mesmo, outros policiais rodoviários federais que provam os diversos crimes cometidos por eles. Todas essas escutas foram feitas com autorização judicial e desvendam a maneira como agiam os policiais.
Nas conversas, eles acertavam preços para liberar a fiscalização de veículos irregulares, informavam a conhecidos e amigos quem eram os policiais de plantão nos postos fiscais da PRF, pediam favores aos colegas de plantão e até mesmo discutiam com outros policiais por terem apreendido veículos de seus amigos.
A Operação Passadiço foi realizada em junho de 2008, em conjunto entre o MPF, a Polícia Federal (PF) e a própria Polícia Rodoviária Federal (PRF). Na época, 19 pessoas chegaram a ser presas acusadas de envolvimento nas ações corruptas. Os crimes eram praticados nos postos fiscais de Cristinápolis e Malhada dos Bois, ambos municípios sergipanos.
Fonte: Cinform
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