Da Redação: Fonte - Agência Sergipe de Notícias
Sergipe marcou presença no imenso mosaico de belas paisagens naturais e cultura de todo o Brasil que compôs o “4º Salão do Turismo – Roteiros do Brasil”, considerado o maior evento institucional do setor. O Salão acontece no espaço Anhembi, em São Paulo, no período de 1 a 5 de julho. A Empresa Sergipana de Turismo (Emsetur) foi a responsável pela coordenação do estande no evento e a Fundação de Cultura, Turismo e Esporte de Aracaju (Funcaju) ficou responsável por organizar a atração cultural que representa o estado, o Quinteto Sanfônico.
Para o presidente da Emsetur, José Roberto de Lima, o Salão é um grande evento de divulgação de destinos turísticos e de discussão dos variados aspectos que estão relacionados ao setor. “Essa é a verdadeira vitrine do turismo brasileiro. Sergipe está aqui com roteiros, gastronomia, artesanato e cultura. Isso permite que o estado seja mais conhecido pelo grande público nacional. Isso ajuda o Brasil a transcender os roteiros tradicionais e mostrar que o país é muito mais do que as agência e as operadoras de viagem vendem”, afirmou.
Nesse contexto de diversidade de roteiros, a presidente da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), Jeanine Pires, acredita que o Nordeste possui não somente uma riqueza de experiências para os estrangeiros, mas também se consolida como portão de entrada para visitantes da Europa e de várias cidades dos Estados Unidos. “Neste último, nós tivemos uma experiência conjunta para promover a região que começou este ano e irá até o segundo semestre. E, sobretudo, o cenário que debatemos aqui é como as quatro cidades sedes, os demais estados e toda a região pode se beneficiar com a Copa do Mundo de 2014”.
Fortalecimento de roteiros
O secretário do Fórum Estadual de Turismo, Joab Almeida, explica que a temática central do evento é um desdobramento do Programa da Regionalização do Turismo (PRT), que tem como objetivo estruturar novos roteiros e fortalecer os roteiros existentes. “Desde junho do ano passado, através de parcerias entre o Ministério do Turismo, agentes e do trade, houve um processo de análise dos roteiros sergipanos. O destaque de Sergipe no evento vai para as Cidades Históricas, do Litoral Sul e para a Rota do Sertão e Roteiro Xingó, que são dois roteiros que se complementam. Outros roteiros também foram revisados como Aracaju-praias e Foz do São Francisco”.
Além da área conhecida como ‘Feira dos Roteiros Turísticos’, a estrutura do Salão de Turismo é composta por outras atividades como a ‘Área de Comercialização’, destinada à comercialização de pacotes e serviços; a ‘Vitrine Brasil, espaço destinado à venda e produção do artesanato, gastronomia, agricultura familiar e mostra de manifestações; ‘Núcleo de Conhecimento, local onde acontecem os debates e lançamento de publicações e a Rodada de Negócios, para estimular as negociações da cadeia produtiva.
Em meio à correria e fluxo de visitantes ao evento, diversos voluntários de colete vermelho indicam os locais e passam informações. A estudante sergipana do curso de turismo da Faculdade de Sergipe (Fase), Ivanda Cristina Santos, é um deles. Do Nordeste, apenas ela e outra estudante da Bahia foram selecionadas para o serviço. “Fiz a inscrição no site no site e no dia 17 de junho recebi a notícia de que havia sido selecionada. Fiquei muito feliz. Fizemos um treinamento na Universidade Anhembi Morumbi para que tudo desse certo no evento”, explica Ivanda Cristina que disse ter orgulho de representar Sergipe e pretende se especializar em turismo religioso.
Vitrine Brasil
O estande de comercialização de artesanato pode apresentar o bordado, renda e peças em madeira, argila e material reciclado. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Turismo (Sedetec), Jorge Santana, ressaltou a importância do artesanato como atividade econômica. “O Governo tem hoje um programa transversal em parceria com diversas secretarias, coordenado pela primeira-dama, que busca enxergar o artesanato sob a ótica da economia criativa, como atividade capaz de fazer inclusão pela renda. A presença do artesanato nesse evento e o interesse que ele desperta nas pessoas demonstram que ele é um grande instrumento para atividade turística”, disse.
Dentre as artesãs que estão comercializando no Salão do Turismo está Elizabeth Oliveira, que trabalha com argila e resolveu aplicar na sua produção uma característica peculiar do nordestino. Ela decidiu trabalhar bonecos e máscaras como caricaturas. “Comecei com aquilo que sentia falta em algumas peças. Os semblantes de sorrisos largos, a irreverência, um deboche adocicado. A proposta é trazer o bom humor para as peças. A receptividade tem sido muito boa e as bonecas-cofrinhos têm sido muito vendidas”, explica.
Outra artesã sergipana, Elizabete Raimundo dos Santos, despertou a atenção de muitos visitantes no espaço “Saber Fazer”. Nesse local, diversos artesãos revezam-se em vários boxes em turnos de 3 horas para mostrar como é processo de produção, desde a utilização da matéria prima até o acabamento final da peça. As mãos de Elizabete trabalharam a beleza e os detalhes da renda irlandesa, tipo de renda produzida nos conventos da Irlanda no século XVII e que existe somente no município sergipano de Divina Pastora.
No começo do ano, um processo resultou no tombamento da renda irlandesa como patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan). “Comecei com oito anos. Morava próximo a uma senhora que fazia e fui aprendendo. É muito bom para a gente estar aqui e principalmente para Sergipe e para Divina Pastora. Hoje, nossos produtos estão cada vez mais valorizados e as crianças estão aprendendo também”, afirma Elizabete que também preside a Associação para o Desenvolvimento da Renda Irlandesa de Divina Pastora (Asderen).
A costureira maranhense Anacleta de Souza, que mora há muito tempo em São Paulo , ficou impressionada com a renda produzida por Elizabete. “Achei uma coisa linda. É um sonho, né? Quem faz isso tem mãos de ouro. Estou em São Paulo, mas não perco as minas raízes do Nordeste. Esse artesanato precisa ser valorizado”, diz.
Colecionador de artesanato e de obras de arte, o paulista Cristóvão Wieliczka teve interesse em adquirir uma das peças do artista plástico sergipano Ismael Pereira, que estava decorando o estande institucional de Sergipe. “Trabalho com arte e costumo brincar dizendo que coleciono desde que nasci. Lá em casa tem muitas peças de todo o Brasil. O que chamou a atenção nesta foram a qualidade, o acabamento e o formato um tanto diferente. O artista fugiu do padrão convencional”.
Fonte: Informe Sergipe
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