O momento de crise pelo qual passa a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) tem atraído pessoas bem intencionadas, mas também impostores pedindo dinheiro indevidamente em nome da instituição. Chegou ao conhecimento do presidente da Apae, Homero Felizola, o golpe de uma senhora de 60 anos – que se passava por freira da congregação das Irmãs Terezinhas, que moram ao lado da Igreja Santo Antônio – pedindo dinheiro a comerciantes em nome da escola de alunos excepcionais.
“A sorte que ela foi na loja de um conhecido e ele me ligou. Acho que ela percebeu e foi embora. Também soube de um pessoa de Maceió que vende garrafas de mel dizendo que o dinheiro é para a Apae. Ai você vê a ruindade do ser humano, que usa um momento de dificuldade de uma instituição séria para se aproveitar”, lamentou Homero, acrescentando que ninguém tem autorização para pedir dinheiro em nome da Apae.
Quem tiver interesse em ajudar a instituição, segundo o diretor, deve entrar em contato através dos telefones 3215-5959 ou 3215-6757. Ou visitar a escola, localizada na rua Curitiba, 379, próximo ao campo do Confiança, no bairro Industrial. Não é exigido valor mínimo e nem data fixa para o pagamento. A Apae encaminha para os interessados um carnê, que pode ser pago nas casas lotéricas ou em agência da Caixa.
Os 314 alunos da Apae, que têm deficiência mental e/ou múltipla, são divididos em dois turnos e recebem duas refeições completas. Eles têm atendimento pedagógico e ambulatorial, com fisioterapeuta, psicólogo, psicopedagogo, odontólogo, fonaudiólogo e neurologista. A escola, que fará 41 anos de criação no dia 27 de agosto, oferece ainda programas de estimulação precoce, com crianças até 4 anos, e o programa de inclusão, responsável em atender alunos da rede regular de ensino e que na Apae recebem um acompanhamento especializado.
Dívida é de R$ 96 mil
Aos poucos a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) vai se recuperando da dívida de R$ 96 mil que ainda resta para pagamento dos funcionários e, depois de uma semana reaberta, recebeu algumas boas notícias. Uma delas é que o cantor sertanejo Daniel reverterá parte da renda do show que fará no dia 4 de setembro em Aracaju, para a instituição. Outra ajuda virá do badalado palestrante Eduardo Shinyaskiki, que realizará uma palestra no dia 20 de julho no CIC para 500 participantes e o ingresso será vendido pela Apae, a partir de amanhã, por intermédio da Federação do Comércio.
O diretor da instituição, Homero Felizola, lembrou que a dívida com os 54 funcionários ainda não foi totalmente quitada – caindo de R$ 160 mil para R$ 94 mil. Além do show de Daniel e da palestra de Eduardo Shinyaskiki, outras ajudas de peso já chegaram a Apae, a exemplo da renda de R$ 53 mil do jogo entre Sergipe e Confiança, realizado no dia 7 de junho. Também foi fechado um convênio com a Secretaria de Estado da Saúde, que mensalmente repassará para a Apae R$ 8 mil para cobrir as despesas ambulatoriais.
Ainda de acordo com Homero, a Secretaria de Estado da Inclusão e Desenvolvimento Social (Seids) fechará um convênio no valor de R$ 67 mil anuais. A Secretaria de Estado da Educação (Seed) apenas forneceu o ônibus para pegar os alunos mais carentes em casa. A Empresa Sergipana de Turismo (Emsetur) se engajou a causa da Apae e está divulgando o trabalho da instituição durante os festejos juninos.
A iniciativa privada também vem colaborando com a Apae, que lançou na semana passada a campanha “Apaixone-se por essa causa. Adote uma criança especial”. Já apareceram 20 padrinhos, que vão contribuir mensalmente com R$ 200, custo de cada um dos 314 alunos da Apae. O Colégio Liceu realizou a festa de São João no último sábado, permitindo que a Apae explorasse as barracas de brincadeiras. Assim, a instituição conseguiu em um só dia R$ 1,2 mil. A União Engenharia adotou 10 alunos, comprou 500 ingressos do jogo beneficente do Confiança a ainda paga o combustível da Kombi da Apae.
JORNAL DA CIDADE