Precariedade no atendimento pediátrico em Sergipe preocupa parlamentar
O deputado Gilmar Carvalho classificou como extremamente grave a resposta dada pelo presidente do Ipesaúde, Vinícius Barbosa, em seu programa de rádio, ao ser perguntado sobre para onde deveria ser levada uma criança que precisasse de atendimento emergencial durante a noite ou madrugada. “Ao responder essa pergunta ele disse que não sabia. E foi mais longe e disse que em Sergipe não existe um só centro de pediatria e o único socorro que se oferece nessa área e no Hospital de Urgência de Sergipe”, disse o deputado, em pronunciamento na sessão de hoje, 15. Para o parlamentar, isso é sobrecarregar o maior hospital público do Estado.
O debate sobre o atendimento pediátrico na emissora de rádio onde o deputado Gilmar Carvalho apresenta um programa diário foi motivado depois que uma criança de dois anos veio a falecer após ser atendida na urgência do Ipes, que funciona num anexo do Hospital da Polícia Militar (HPM) e quando necessitou ser internada não havia vaga na unidade hospitalar, tendo que ser transferida para a urgência pediátrica do Hospital de Urgência de Sergipe, vindo a falecer horas depois de ter dado entrada na unidade.
Gilmar, que prometeu voltar a falar sobre o tema na sessão de amanhã, disse que vai pedir aos colegas deputados Angélica Guimarães (PSC) e Luiz Mitidieri (PSDB) que abram um debate sobre a situação do atendimento pediátrico na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa. Outra declaração grave que relatada pelo deputado Gilmar Carvalho em seu pronunciamento foi a do presidente do Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed), José Menezes, no mesmo programa de rádio.
O médico disse que os hospitais particulares, principalmente os maiores localizados em Aracaju, não estão cuidando da pediatria, pois não têm pediatras para atender a demanda e quase todos fecharam a pediatria, apenas um funciona, com quatro pediatras. Gilmar disse que sindicalista, ao ser questionado sobre por que se chegou a esse ponto, respondeu que para os donos desses hospitais tratar de crianças não dá lucro.
“Dono de hospital dizer que não abre ou fecha pediatria simplesmente porque tratar de criança não dá lucro é um absurdo, como se a vida estivesse com preço tão vil, tão baixo que não compensasse para esses hospitais atender, sobrecarregando o maior hospital público”, afirmou Gilmar. “Essa Casa vai assumir o debate, se Deus quiser, a partir de amanhã”.
Edjane Oliveira, da Agência Alese