Pernambuco tenta acelerar a captação de investimentos para compensar a debandada de empresas que avaliavam se instalar no Estado, mas puxaram o freio de mão em função da crise econômica global. Se a cearense J.Macêdo decidiu postergar as negociações para o final do ano, por exemplo, a alternativa encontrada pelo governo do Estado foi prospectar a também cearense Fábrica Estrela. Executivos da empresa – fabricante de massas e biscoitos – estiveram ontem na Secretaria de Desenvolvimento Econômico para avaliar o que o governo tem a oferecer. O convite foi feito pelo próprio governo, intermediado pela consultoria Deloitte.
A fábrica poderá ser instalada no Complexo de Suape, com investimento entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões, segundo estimativa do governo. A unidade teria capacidade de produzir 8 mil toneladas de massas e biscoitos por mês, o equivalente a 60% do volume fabricado pela concorrente Vitarella. O empreendimento reforçaria o polo de massas de Suape, que já conta com o moinho de trigo da Bunge e articula a chegada do grupo paulista Selmi – fabricante de massas, farinhas especiais e bolos.
O diretor financeiro da Fábrica Estrela, José Carlos Timbó, diz que as conversas com o governo estão na fase inicial. “Atendemos ao convite do Estado para avaliar o que tem a oferecer para só depois formatar e apresentar um projeto, caso ele tenha viabilidade econômica e financeira”, afirma o executivo, adiantando que também vai visitar Sergipe, Bahia e Paraíba.
Com fábrica no Distrito Industrial de Maracanaú (Grande Fortaleza), a empresa atua nos mercados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste com as marcas Fábrica Estrela e Pelaggio. Timbó destaca que apesar da crise, a companhia vai crescer 17% este ano. “Hoje já trabalhamos com mais de 90% da nossa capacidade de produção, o que justificaria uma nova unidade. Mas vamos avaliar a melhor estratégia”, pondera.
JORNAL DO COMÉRCIO