Menor estado brasileiro, o crescimento acelerado de Sergipe mostrava-se até recentemente como um dos ícones no desenvolvimento da região. Entre os anos de 1995 e 2005, o crescimento do setor atingiu, segundo dados da então Empresa Sergipana de Turismo (Emsetur), 171,2%, fruto de um conjunto de iniciativas das instituições pública e iniciativa privada.O ano de 2008 teve uma ampliação de 6% em relação ao ano anterior.
Porém, nas últimas semanas, o turismo sergipano sofreu o impacto de uma série de notícias negativas. A principal delas, por suas influências diretas, foi a decisão do governo estadual ao anunciar no início de maio a extinção da Secretaria de Turismo, cujas funções passaram a ser atribuição da Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, sob o comando de Jorge Santana.
Para o presidente da Associação da Rede Hoteleira, Manoel Lisboa Barbosa, ainda está muito cedo para avaliar os efeitos deste processo de extinção da secretaria, porém mostra-se apreensivo. "Todos os Estados do Nordeste possuem uma Secretaria de Turismo, o que nos deixa preocupado", diz o representante da hotelaria sergipana, ainda mais quando a crise econômica e a ocupação da rede de hotéis estão causando um enfraquecimento do setor", acrescenta
Os reflexos já se fazem sentir. Sergipe, que sempre pontificou como um dos mais ativos festeiros da época junina mostra-se bastante tímido desta vez. Em muitas cidades o clima denuncia a falta de investimentos, ainda que o governador Marcelo Déda (PT) tenha prometido a revitalização e interiorização dos festejos juninos na campanha eleitoral.
Dos 75 municípios sergipanos que enviaram projetos para o Fundo de Patrocínio para Projetos Sócio-Culturais e de Comunicação Social (FEPCS), em busca de ajuda financeira, apenas 15 cidades foram beneficiadas. Vários prefeitos decidiram cancelar a festa, o que significa que a maior manifestação popular sergipana perdeu sua força este ano.
Um exemplo está com o São João de Rosário do Catete (a 37 km de Aracaju, com 8 mil habitantes) que sempre atraiu milhares de pessoas para o município. A "Festa do Catete" de 2009 foi cancelada depois de oito anos. O prefeito Etelvino Barreto Sobrinho (PMDB), que administra o município há seis meses, em seu primeiro mandato, avaliou a situação e preferiu suspender os festejos já que a falta de recursos comprometeria a qualidade.
A justificativa do governo foi a de que o município teria deixado de apresentar uma certidão negativa, documento exigido pelo edital de patrocínio para os festejos juninos. Sem apoio do governo e enfrentando dificuldades devido à queda do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e do repasse de royalties, o prefeito decidiu cancelar a festa.
Como esta cidade, outros municípios sergipanos enxugaram despesas e cancelaram as programações de junho. Temem os dirigentes do turismo de Sergipe que o estado venha com uma participação deficiente no Salão Roteiros do Brasil.
Fonte: BrasilTuris Jornal
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