Eles ouviram os discursos dos deputados de oposição, mas durante o pronunciamento do líder da situação, os policiais ficaram de costas e se retiraram do local
Os policiais militares ocuparam as galerias da Assembléia Legislativa mais uma vez na manhã desta quinta-feira, 04. Insatisfeitos com o reajuste dado pelo Governo do Estado, a categoria foi reivindicar apoio dos parlamentares. Eles ouviram os discursos de apoio dos deputados de oposição Venâncio Fonseca e Augusto Bezerra, mas durante o pronunciamento do líder da situação, deputado Francisco Gualberto, os policiais ficaram de costas e se retiraram do local.
O discurso do líder da situação, que motivou a saída dos policiais, foi duro. Para Gualberto, “quem passou vinte anos tendo suas carreiras destruídas, logicamente vai ter que lutar muito pela recuperação. Isso nós temos compreensão. Mas o que não concordamos, e podem ficar de frente, de lado, de costas, de bandinha, é que se bata palma para inimigo e transforme aliado em adversário”.
Ele disse ainda que “as ofensas e incompreensões não irão me tirar dos trilhos. Onde eu puder ajudar os trabalhadores, vou ajudar. Mas não vamos permitir que o joio se apresente como trigo”. Gualberto esteve afastado de suas atividades por dez dias, para tratamento médico e retornou à AL na manhã desta quinta-feira.
'Descontrole'
Para o sargento Jorge Vieira, que integra a liderança das Associações Unidas dos policiais militares, o discurso de Gualberto demonstra “o descontrole do parlamentar”. De acordo com ele, os policiais “estão em busca de apoio e ficam tristes com a forma dura como o deputado Gualberto tratou a corporação”.
Além disso, o sargento afirmou que “a ida a assembléia é a tentativa de encontrar um caminho para negociar com o Governo”. Na próxima segunda-feira, 08, os policiais se reúnem em assembléia para avaliar a situação e o movimento.
Greve branca
Sobre a possibilidade de realização de greve branca, o sargento Vieira disse que “os policiais estão desmotivados, tanto que é que estou com medo do que pode acontecer a partir de agora. O direito do trabalhador militar foi atropelado por esse Governo”.
Por Valter Lima/INFONET
