O deputado estadual Augusto Bezerra (DEM) disse nesta quarta-feira (03) que o governador Marcelo Déda (PT) não respeitou o Poder Legislativo e, muito menos, a Polícia Militar do Estado. Acrescentou que a comissão constituída por deputados de situação e de oposição, no sentido de intermediar as negociações entre os servidores militares e o governo do Estado, acaba perdendo a sua força e até o seu objetivo. Compõem a comissão os deputados Mardoqueu Bodano (PR), Garibalde Mendonça (PMDB), Antônio dos Santos (PSC) e Ana Lúcia (PT), pela bancada governista, e Venâncio Fonseca (PP) e Augusto Bezerra, pela bancada de oposição.
Augusto Bezerra disse que nesta quinta-feira (04) iria conversar com o vice-líder do governo, deputado Mardoqueu Bodano, porque não foi a bancada de oposição que se mobilizou, mas o Poder Legislativo que decidiu intermediar as negociações. Infelizmente, nós não tivemos a atenção devida pelo governo. Fomos bem recebidos pelo comandante da PM, mas faltou respeito por parte da administração Estadual. Isso abre um precedente muito grave no que se refere ao tratamento dado ao Legislativo pelo Executivo. É importante que a AL cumpra com o compromisso firmado anteriormente com os militares e só vote o aumento depois que conseguir com o governo aquilo que a categoria almeja. A oposição vai lutar por isso. A comissão precisa dar uma resposta à categoria até para que este poder não se desmoralize, alertou.
Sobre o aumento eu quero deixar claro que o governador praticamente discrimina todas as categorias que não possuem sindicatos organizados e não têm quem reivindique por eles. São sete mil funcionários aproximadamente que recebem um salário mínimo, na secretaria de Estado da Educação, atuando como porteiros, faxineiros, vigias e outros. Muitos professores do interior também já nos telefonaram reclamando da redução da regência de classe de 70% para 40%. A mesma coisa fizeram com a Polícia Militar, que foi perseguida durante todo esse processo, quando retiraram 15% de uma gratificação e colocaram no soldo. Os militares não suportam a divisão que foi criada com os civis. Imagine os outros servidores como estão? Um governo que dá um tratamento desse não quer uma segurança séria no Estado! Será que os médicos, enfermeiros e demais servidores da Saúde não são importantes? E os engenheiros, economistas e agrônomos? Vamos convidar a todas estas categorias desamparadas para que procurem os deputados na Assembléia para que a gente possa fazer emendas a este projeto de reajuste, completou o democrata.
Militares - Sobre a continuidade das negociações com os militares, Marcelo Déda disse que a mesa de negociação não acaba aqui! Ela vai continuar. Nenhuma categoria está impedida de conversar sobre salários com seu secretário, com seu comandante. Agora o pedido de reajustes do Estado todos sabem: é o mês de Maio. Este ano nós atrasamos por causa do processo. Qual é a base de qualquer negociação salarial: o dinheiro! Se quem paga o salário não o tiver, não tem como manter nenhuma ilusão. A negociação salarial deste ano está encerrada a partir do momento em que o governo do Estado diz o que pode fazer e manda o projeto para a Assembléia Legislativa.
Fonte: Faxaju