FOLHA DE SÃO PAULO - DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para priorizar a estratégia de manter quase inalterada a agenda pública, fundamental para uma potencial candidata à Presidência, a agenda interna da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) já sofreu redução.
Por ordem direta do presidente Lula, o ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral) assumiu afazeres da Casa Civil.
A redução do trabalho de Dilma e o provável afastamento em 2010 para concorrer ao Palácio devem afetar o destino de dois auxiliares importantes da cúpula do governo.
Segundo a Folha apurou, diminuíram as chances de o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, presidir o PT, e de a secretária-executiva de Dilma, Erenice Guerra, ser indicada para uma vaga no TCU (Tribunal de Contas da União).
Carvalho é cotado para substituir Dilma se ela concorrer à sucessão de 2010. Lula acredita que reforçaria a equipe de final de mandato. Para presidir o PT, há dois outros nomes mais aventados nos bastidores: o presidente da BR Distribuidora, o ex-senador José EDUARDO DUTRA, e o deputado federal Antonio Palocci Filho (SP).
Lula já disse à cúpula do PT que deseja que Palocci concorra ao governo paulista em 2010 se o STF (Supremo Tribunal Federal) recusar a denúncia de violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. O PT terá eleições em novembro.
A Folha apurou que Lula já disse em conversas reservadas que Carvalho e Palocci seriam bons nomes para o primeiro escalão de um eventual governo Dilma. Ambos são vistos como opções para a Casa Civil.
De imediato, Lula tem duas preocupações em relação à ministra. Mostrar para a opinião pública que o tratamento contra o câncer não enfraqueceu a pré-candidatura. E compensar na rotina administrativa do governo a redução do ritmo de trabalho interno dela.
Dilma cogitou cancelar a ida no final de semana à festa junina de Caruaru (PE), mas decidiu manter o plano para mostrar boa disposição física.
Erenice era a preferida de Dilma para a vaga que será aberta neste mês no TCU. Mas a necessidade de atender a demandas da Casa Civil cresceu, o que diminuiu a possibilidade. A tendência é que Lula indique o ministro José Múcio (Relações Institucionais). (KA)