O PMDB exige ainda composição para as vagas do Senado. É o caso de Mão Santa (PMDB-PI), que disputa com o atual governador, Wellington Dias (PT); e de Almeida Lima (PMDB-SE), que enfrentará o ex-senador e presidente da BR Distribuidora José Eduardo Dutra (PT)
O Globo
BRASÍLIA - O PMDB pretende entregar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda esta semana uma lista de reivindicações para fechar aliança com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff em 2010. É um ultimato do partido, que quer aproveitar a fragilidade do governo por causa da criação da CPI da Petrobras. O PMDB quer que Lula sacrifique desde já candidaturas petistas que atrapalham os planos de líderes regionais do partido. O partido quer solução rápida em pelo menos uma dezena de estados onde há conflito entre as duas legendas. É o que mostra reportagem de Gerson Camarotti na edição desta quarta em O GLOBO. ( Opine: A CPI da Petrobras será palco de guerra política? )
No Planalto, a pressão do PMDB não foi bem recebida, mas a ordem é não enfrentar o aliado e tentar empurrar as definições com a barriga até 2010. ( Leia mais: Lula nega que tenha pedido para tirar o DEM da CPI da Petrobras )
Segundo o PMDB, a situação com o PT só é pacifica em seis estados: Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Amazonas, Goiás e Espírito Santo.
Em Minas, o partido lembra pesquisas que apontam o ministro das Comunicações, Hélio Costa, como favorito ao governo. Mas o PT se divide entre o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel e o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social). No Rio, quer a retirada definitiva da candidatura do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, em favor da reeleição de Sérgio Cabral (PMDB). No Pará, a tentativa é recompor a relação entre os dois partidos para que a governadora Ana Júlia (PT) apoie a candidatura do deputado Jader Barbalho (PMDB-PA) ao Senado.
O PMDB exige ainda composição para as vagas do Senado. De seus 19 senadores, pelo menos 15 disputam a reeleição. Desse total, nove devem enfrentar petistas. É o caso de Mão Santa (PMDB-PI), que disputa com o atual governador, Wellington Dias (PT); e de Almeida Lima (PMDB-SE), que enfrentará o ex-senador e presidente da BR Distribuidora José Eduardo Dutra (PT). Além disso, os peemedebistas lembram que o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), pode disputar a vaga com o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli; e o governador Roberto Requião (PMDB-PR) deve concorrer ao Senado contra o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Leia a reportagem completa na Edição Digital do Globo (Só para assinantes)
CPI da Petrobras: governistas e oposição definem nomes
Faltando 15 minutos para a meia-noite, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL) anunciou suas indicações para a CPI da Petrobras. Depois de um dia de negociações e muitas consultas, Renan acabou optando por manter entre os titulares do partido o atual líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), que desponta novamente como um forte candidato ao cargo de relator. Jucá atuará em parceria com os senadores Paulo Duque (PMDB-RJ), que também chegou a ter seu nome cotado para o comando da CPI, e Leomar Quintanilha (PMDB-TO), homem de confiança do líder peemedebista e que presidiu o Conselho de Ética da Casa durante os dois processos de cassação enfrentados por Renan. As duas vagas de suplente deverão ser ocupadas por Valdir Raupp (PMDB-RO) e Almeida Lima (PMDB-SE), outro integrante da tropa de choque de Renan.
Pouco antes de Renan, o líder do PT, senador Aloizio Mercadante (SP), oficilizou suas indicações pelo bloco de apoio ao governo, formado por PT, PSB, PCdoB, PR e PRB, mesmo sem ter conseguido se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro dos dois foi marcado para esta quarta, às 9h. Entre os indicados por Mercadante como titulares da CPI estão Ideli Salvatti (PT-SC), João Pedro (PT-AM) e Inácio Arruda (PCodB-CE), que terá de abandonar a relatoria da CPI das ONGs para ocupar o novo posto. Os dois primeiros são os mais cotados para ocupar a presidência da comissão. Os suplentes serão os senadores Marcello Crivella (PRB-RJ) e Delcídio Amaral (PT-MS).
Mais cedo, o líder do PTB, senador Gim Argello (DF), já havia confirmado a indicação do ex-presidente Fernando Collor para ser titular da CPI e a dele próprio para a vaga de suplente. O líder do PDT, senador Osmar Dias (PR), indicou o senador Jefferson Praia (AM) para integrar a CPI.
A oposição também definiu seus nomes. O PSDB conseguiu ficar com duas vagas de titulares, para as quais foram designados os senadores Álvaro Dias (PR) e Sérgio Guerra (PE). O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) deverá ocupar uma das suplências da comissão. Já o DEM indicou o senador Antonio Carlos Magalhães Júnior (BA) como titular. Heráclito Fortes deve ser suplente.
A CPI pretende investigar possíveis irregularidades da estatal nas licitações da refinaria Abreu Lima , em Pernambuco, na distribuição de royalties e na contabilidade tributária, para deixar de pagar R$ 4,3 bilhões em impostos . A oposição também quer investigar os patrocínios da estatal e os repasses de verbas da Petrobras a Ongs .
No domingo, reportagem do GLOBO mostrou que a estatal repassou R$ 609 milhões, sem licitação, para financiar 1.100 contratos com ONGs, patrocínios, festas e congressos nos últimos 12 meses . Entre os beneficiados, há desde entidades cujo endereço não existe até outras que pararam de funcionar ou são ligadas a aliados do governo.